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17.9.10

Baleia de Bossa Salva no Soyo




por Sheryl Maruca

A manhã de sábado, dia 17 de Julho de 2010 começou como qualquer outra no Soyo, Angola. Porém, cerca das 8:00 da manhã, um pescador aproximou-se da ponte-cais da Angola LNG e contou aos marinheiros dos barcos que aí se encontravam que tinha visto qualquer coisa invulgar dentro da baía, a cerca de 500 m de terra.

A mensagem foi comunicada ao Coordenador de Segurança, Francisco Martins, que alertou o Consultor de Vida Selvagem, Warren Klein. Com a notícia a circular nos rádios, o Consultor de Segurança da ALNG, Paul Buys, e a Directora de Desenvolvimento Sustentável,
Sheryl Maruca, dirigiram-se a uma das pontes-cais em construção para ver se conseguiam enxergar o que havia de estranho na baía. Através dos binóculos, conseguiram então distinguir um mamífero marinho qualquer que se conservava imóvel, apenas movendo uma barbatana de vez em quando. Entretanto, Warren e o Consultor de Tartarugas Marinhas da Angola LNG, Nicole Mann, foram pedir ajuda a um dos rebocadores da Base do Kwanda. Warren já estava a congeminar um plano de salvamento do bicho.

O Final Feliz

Quando todos voltaram de novo à ponte-cais da Angola LNG, Warren, Nicole, Sheryl, Paul e Martins saltaram para um dos barcos de apoio e dirigiram-se à baleia (pois era disso que se tratava), que se tinha de algum modo desorientado e entrado pela foz do Rio Congo adentro, até encalhar num baixio da Baía Diogo Cão. Tratava-se de uma baleia-de-bossa jovem com cerca de 8 metros de comprimento, que tinha encalhado no banco de areia e não conseguia libertar-se.

Nós sabíamos que as baleias-de-bossa migram da ponta meridional da África do Sul para norte, ao longo da costa atlântica, até ao mar do Gabão, onde dão à luz. Já antes as tínhamos visto no mar a cerca de um quilómetro da costa, mas nunca dentro da Baía Diogo Cão.



Antes de subirmos a bordo do barco de apoio, pegámos numa fita de nylon para a passarmos à volta da cauda da baleia. O nosso plano era, depois de laçar a cauda, rebocar o animal devagar até ao mar aberto. O plano era bom, mas de difícil concretização inicialmente, pois a baleia agitava a grande barbatana da cauda, fazendo balouçar os barcos.



Quando descobrimos que Warren Klein e Michael Broussard (da Acergy) tinham pé no baixio e podiam aproximar-se dela para passarem a fita de nylon à volta da cauda, as coisas ficaram mais fáceis — mas foram precisas algumas horas para descobrir como fazer isso e confirmar que a água era suficientemente baixa para se poder andar nela de pé. Depois de Warren e Michael terem conseguido amarrar a fita à cauda, um segundo barco em que estávamos foi ao rebocador, passou um cabo de reboque por cima da baleia e amarrou-o à extremidade da fita de nylon presa à cauda. Então o rebocador arrastou a baleia muito lentamente para o mar e logo que lá chegámos, o cabo foi puxado para permitir que o rebocador se aproximasse da baleia e, quando isso aconteceu, cortou-se a fita de nylon.






A última fotografia mostra a baleia a afastar-se e a soprar a dizer adeus.








cf. "Baleia de Bossa Salva" in Angola LNG

1 comentário:

Jorge Ramiro disse...

Você tem que salvar as baleias, os animais são amigos dos homens, e temos de ajudar os animais. Eu tenho um cachorro e ele tem que tomar Vetnil para se-sentir forte e saudável.