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26.8.06

Amazónia: o que podes fazer

Embora a Amazónia possa parecer longínqua demais, estamos intimamente ligados a ela pelos nossos actos. Afortunadamente podemos ser importantes e ajudar a conservá-la fazendo as escolhas certas na nossa vida diária. Ameaças ao número incrível de espécies de plantas e animais são, em grande escala, o resultado da procura consumista por produtos florestais.


Comprar com inteligência e diminuir a procura

pode ajudar a preservar a Amazónia
WWF-Canon / André BÄRTSCHI

Tornando-nos consumidores inteligentes, podemos ajudar a reduzir a pressão humana sobre a floresta e a bacia hidrográfica e, neste processo, cada um de nós pode ajudar a Amazónia a continuar rumorejante, zumbidora, e exuberante de vida.

Reduz a utilização

Uma das formas mais fáceis e efectivas de diminuir a procura de produtos florestais é cada um de nós reduzir a quantidade de papel utilizado no dia-a-dia. Imprime em ambas as faces da folha de papel, recicla e encoraja outros a fazê-lo.

Compra produtos sustentáveis

Procura o logótipo do FSC (Forest Stewardship Council) (1) na aquisição de madeira e produtos de papel – do papel higiénico ao material para assoalhar. O símbolo certifica que o produto veio de uma companhia que se comprometeu a gerir as florestas de forma a ajudar a proteger a biodiversidade e respeitar os direitos das populações indígenas. Também podes comprar produtos reciclados.

Procura produtos que não requeiram a destruição do habitat

Há alternativas a muitos dos produtos florestais que compramos, como a castanha-do-pará (2) e o café e que não dependem da destruição do habitat da floresta. As populações locais que mantêm a integridade ecológica das florestas são frequentemente ajudadas através da venda desses produtos.

Adquire o animal de estimação certo

Os animais domesticados tornam-se geralmente os melhores animais de estimação. Mas se comprares uma espécie exótica, como um papagaio, peixe ou lagarto, certifica-te que resultou de reprodução em cativeiro. Muitos animais selvagens saem da Amazónia sem pagar direitos com o fito de serem vendidos como animais de estimação nos Estados Unidos da América e na Europa, e a larga maioria desses animais morre durante o processo de contrabando.
É importante saber de onde os animais exóticos vieram e procurar uma loja que te forneça certificado ou prova da origem do animal. Muitos lugares da bacia do rio Amazonas estão a desenvolver sistemas de certificação que contribuem para as economias locais ao mesmo tempo que protegem os recursos piscícolas naturais.

Sê um turista inteligente

O turismo em regiões selvagens, como as florestas da bacia do Amazonas (3), podem por vezes provocar danos no meio natural. Antes da tua próxima viagem faz algumas pesquisas e escolhe os operadores que ajudem a proteger a biodiversidade, criando incentivos para a sua preservação.
Excursões organizadas e recursos locais que sejam ecologicamente sensibilizadoras podem também incrementar a economia local, criando procura de alojamento, alimentação e guias locais ao mesmo tempo que minimizam o impacto sobre o ecossistema local.
http://www.worldwildlife.org/wildplaces/amazon/you_do.cfm ac. 25.08.2006

tradução e adaptação de Admário Costa Lindo



notas

(1)


O FSC (Forest Stewardship Council) é uma organização internacional que produz um sistema e uma etiqueta de produto para promover o manejo responsável das florestas do mundo.

É uma organização não lucrativa que congrega distintos grupos de pessoas que participam na solução dos problemas criados pelas más práticas florestais e recompensa o seu bom manuseamento.

Nos últimos 10 anos 50 milhões de hectares em 60 países foram certificados de acordo com os padrões do FSC ao mesmo tempo que milhões de produtos foram produzidos usando madeira assim certificada. O FSC opera através de uma rede de iniciativas nacionais em mais de 34 países.

para saber mais sobre o FSC »»»

e o Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil) »»»

(2)
A castanha-do-pará, ou castanha-do-brasil, a semente da castanheira-do-pará, Bertholletia excelsa, cultivada em toda a Amazónia, é considerada uma das maiores riquezas desta região. O seu alto valor económico deve-se ao aproveitamento das amêndoas (contendo cerca de 60 a 70% de lípidos e 15 a 20% de proteínas), para a alimentação humana e de animais domésticos, bem como a sua transformação em vários subprodutos.